A luxação consiste no deslocamento dos segmentos ósseos que compõem uma articulação, provocando a sua desunião, sendo normalmente acompanhada por lesões nos ligamentos e na cápsula articular.
Na luxação completa, os segmentos ósseos que constituem a articulação ficam completamente desunidos, enquanto que na denominada luxação incompleta ou subluxação, a desunião dos segmentos ósseos é muito breve
Embora, por vezes, a extremidade do osso deslocado fique no interior da cápsula articular (luxação intracapsular), existem casos em que fica no exterior da mesma (luxação extracapsular).
Em qualquer dos casos, o sintoma inicial é o aparecimento de dor, imediatamente após o acidente, que dificulta ou impede qualquer tentativa de movimentação articular.
A principal causa de luxação consiste em um traumatismo violento que provoca uma insuficiência nos elementos de sustentação da articulação (ligamentos, cápsula articular, tendões e músculos) e o deslocamento do osso, que deixa de estar unido à articulação.
Em alguns casos, a luxação é originada pela deterioração dos elementos de sustentação da articulação, consequente de uma doença (artrite, tumores, paralisia, etc.), ou devido a uma malformação congênita.
Embora praticamente todas as articulações possam ser afetadas por luxações, esta lesão é mais frequente em algumas localizações. De fato, a luxação mais comum é a do ombro, uma articulação que tem uma grande atividade funcional e cuja anatomia específica, com uma reduzida superfície de contacto entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoide, o que torna esta articulação pouco estável.
Outra articulação bastante afetada, é a do tornozelo, associado a calçados de salto, pisos irregulares, obesidade e característica dos pés (plano ou cavo)
O primeiro passo do tratamento consiste na redução da luxação, ou seja, na recolocação do osso deslocado na sua posição anatômica o que pode ser feito através de uma série de manipulações, realizadas após a administração de analgésicos ou a aplicação de anestesia local.
A segunda fase consiste em manter a articulação afetada imobilizada durante algumas semanas, através de uma bota imobilizadora, imobilizador de tornozelo, ou talas, de modo a garantir a reparação dos tecidos moles. Depois costuma-se recomendar a prática de fisioterapia, com o objetivo de se obter a completa recuperação funcional da articulação lesionada, o que costuma levar entre dois a três meses.